sexta-feira, 30 de março de 2012

E não é que o TJ-RS, que baniu os crucifixos, resolveu ampliar o seu feriado da Semana Santa? Como diria aquela apresentadora de TV, “que deselegante!”

30/03/2012 - às 5:25

Como vocês se lembram, o Conselho da Magistratura do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, atendendo a uma representação de uma entidade de lésbicas, resolveu banir os crucifixos dos tribunais gaúchos. Em nome do laicismo! Escrevi muito a respeito da estupidez dessa decisão. Pois bem! Enviam-me o seguinte comunicado emitido por aquele tribunal. Volto em seguida.

Justiça Estadual terá expediente diferenciado na próxima quinta-feira
No próximo dia 5/4, quinta-feira, a Justiça Estadual irá funcionar em horário diferenciado.
O expediente será das 9h às 13h no Tribunal de Justiça e no 1º Grau de jurisdição, de forma ininterrupta, mantendo-se os respectivos serviços jurisdicionais sob regime de plantão. Ficará a critério dos magistrados definição com relação à realização das audiências já designadas.
A determinação é do Presidente do TJRS, Desembargador Marcelo Bandeira Pereira, e consta na Ordem de Serviço nº 003/2012-P.
Na sexta-feira (6/4), feriado nacional, haverá regime de plantão para atendimento das medidas urgentes.
EXPEDIENTE: - Texto: Ana Cristina Rosa - Assessora-Coordenadora de Imprensa: Adriana Arend

Voltei
Vocês devem se lembrar que sou contra esse negócio de laicismo pela metade. Quem se sente oprimido por um crucifixo não pode, evidentemente, folgar com um num feriado cristão. Ampliá-lo, então, nem se diga!

A chamada "Quinta-feira Santa" não é mais feriado há muito tempo. Como sabem todos os advogados gaúchos, o expediente sempre foi das 9h às 18h nesse dia. Não desta vez. O desembargador Marcelo Bandeira Pereira, que presidente o TJ-RS, resolveu dar um meio dia a mais para a moçada. Vai ver é para estimular as orações! Em tempo: foi ele quem presidiu o Conselho da Magistratura na sessão que decidiu caçar e cassar os crucifixos.

O cristianismo parece bem-vindo na hora de ficar de pernas por ar. Em vez de o doutor defender a extinção do feriado cristão em nome do laicismo e da coerência, ele decidiu antecipar a sua vigência.

Como diria uma apresentadora de TV, "que deselegante!"
Por Reinaldo Azevedo

Tags: Cristianismo, laicismo, TJ-RS

- http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/e-nao-e-que-o-tj-rs-que-baniu-os-crucifixos-resolveu-ampliar-o-seu-feriado-da-semana-santa-como-diria-aquela-apresentadora-de-tv-%E2%80%9Cque-deselegante%E2%80%9D/

quarta-feira, 28 de março de 2012

O comportamento do pai de Thor nos leva a refletir sobre o que é a paternidade em nossa época

Eike Batista, um superpai? - (ELIANE BRUM)

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"Eliane Brum, jornalista, escritora e documentarista. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de reportagem. É autora de um romance - Uma Duas (LeYa) - e de três livros de reportagem: Coluna Prestes – O Avesso da Lenda (Artes e Ofícios), A Vida Que Ninguém Vê (Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua (Globo). E codiretora de dois documentários: Uma História Severina e Gretchen Filme Estrada. elianebrum@uol.com.br - @brumelianebrum)

Na noite de sábado, 17/3, Thor Batista, 20 anos, atropelou Wanderson Pereira dos Santos, 30 anos, na rodovia Washington Luís, na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. Wanderson morreu na hora. De imediato, Eike Batista, o homem mais rico do Brasil, passou a defender o filho de todas as maneiras – e também no microblog twitter. Com tanta veemência que o humorista Tutty Vasques comentou em sua coluna no Estadão, de 21/3: "Não satisfeito com o lugar de destaque que ocupa na mídia como o homem mais rico do Brasil, o insaciável Eike Batista tem se esforçado um bocado para virar capa de revista como o Pai do Ano em 2012". A observação é aguda, como costuma ser o humor de qualidade. E é algo que vale a pena pensar: ao defender o filho com os melhores advogados, com assessores de imprensa e com seu próprio discurso público, Eike Batista é mesmo um superpai? O que se espera hoje de um pai, afinal?

Ainda que a maioria tenha acompanhado o noticiário, é importante recordar os principais capítulos e seus protagonistas, antes de seguirmos adiante. Assim como é importante fazer algumas perguntas óbvias sobre a investigação.

Thor é o mais próximo de um príncipe herdeiro que o Brasil atual pode ter: filho do homem mais rico do Brasil e da eterna musa do Carnaval. Como disse Eike Batista (@eikebatista) no twitter: "A mídia e todos vão já já perceber que o Rio tem um Príncipe Harry! O Thor". Wanderson era ajudante de caminhoneiro e filho de criação de Maria Vicentina Pereira. Thor foi batizado com o nome de um deus nórdico. Ninguém se preocupou em perguntar qual é a origem do nome de Wanderson na mitologia familiar, mas com certeza existe uma história, sempre existe. Thor dirigia um Mercedes SLR McLaren, o mesmo que costumava ser exibido como obra de arte na sala da mansão de sua família. Wanderson, uma bicicleta. Na BR-040, Thor e Wanderson encontraram-se não apenas como dois brasileiros, mas como dois Brasis que raramente se encontrariam de outro modo.

A vontade de condenar Thor, em um país tão desigual como o nosso, sempre pródigo em presentear os mais ricos com a impunidade, é imediata. É necessário, porém, resistir a ela. Ninguém pode ser condenado sem julgamento, sob hipótese alguma. Da mesma forma, pelos mesmos critérios e também pela sobriedade que a morte de uma pessoa exige, Eike Batista deveria ter resistido a condenar Wanderson.

Em suas afirmações na imprensa e no twitter, o pai de Thor apressou-se em culpar o morto pela própria morte. E afirmou que Wanderson poderia ter matado não só a si mesmo, como também seu filho e o amigo que o acompanhava – o que é altamente improvável. Segundo pesquisa citada pela jornalista Maria Paola de Salvo, no Blog do Sakamoto, apenas 0,3% dos motoristas envolvidos em atropelamento com vítima fatal morrem.

Enquanto as investigações não forem concluídas, nenhum de nós – e muito menos Eike – tem o direito de condenar alguém. Até agora, ninguém – nem mesmo Eike – pode afirmar se a morte de Wanderson foi fatalidade ou homicídio. Até agora, ninguém – nem mesmo Eike – pode declarar se a morte de Wanderson é responsabilidade exclusiva da vítima, é responsabilidade exclusiva de Thor ou é responsabilidade de ambos.

Infelizmente para todos, já pairam dúvidas sobre as investigações. É difícil entender, por exemplo, por que um carro envolvido em uma morte está na casa de Thor, o investigado – e não nas dependências da polícia. Depois da perícia feita no local, o carro foi liberado. As demais diligências seriam feitas na mansão do Jardim Botânico. "No dia seguinte, meu advogado me informou que havia sido feita a perícia do carro no local do acidente, e que o carro teria sido liberado pela PRF para que pudéssemos trazê-lo para casa, garantindo deixá-lo intacto", afirmou Thor.

Segundo o próprio Thor relata na conta no twitter que criou para dar sua versão dos fatos, ele primeiro foi para casa, onde seria atendido pelo médico da família, e só depois, por iniciativa própria, foi a um posto da Polícia Rodoviária Federal próximo ao local do acidente para se submeter ao bafômetro e demais procedimentos exigidos em um caso de atropelamento com vítima fatal. O exame deu negativo para a presença de álcool, ao contrário do resultado de Wanderson, que revelou um índice elevado de álcool no sangue.

Se Thor não fugiu do local – o que não é um ato louvável, como seu pai quer convencer a opinião pública que é, mas uma obrigação –, por que a polícia não fez o que devia fazer, na hora em que devia fazer, por sua própria iniciativa? A conta de Thor no twitter é esta: @Thor631. Nela, é narrada sua versão da cronologia dos fatos. Pensado para defendê-lo e escrito com método, o relato revela mais do que gostaria.

É uma pena que as partes nebulosas darão, mais uma vez, algum grau de legitimidade às dúvidas sobre a lisura do inquérito policial, mesmo depois da sua conclusão – ou de seu arquivamento. Para o futuro em aberto de Thor, pelo futuro interrompido de Wanderson e para o Brasil, um país partido pela impunidade dos poderosos, seria fundamental que a polícia e o Estado demonstrassem total correção e transparência ao investigar uma morte que envolve o filho do homem mais rico da nação.

A condenação prévia de Thor nas redes sociais e nas conversas de bar deve-se não apenas à raiva que parte da população teria dos ricos e poderosos, ou à tendência de se colocar ao lado dos mais fracos, mas também à percepção legítima de que os atos criminosos dos ricos e poderosos permanecem impunes. A pressa em acusar e condenar Thor não demonstra apenas histeria ou irresponsabilidade das "massas", ou mesmo "inveja", como chegou a ser dito, mas a ansiedade de fazer uma justiça que temem, com todas as razões históricas e objetivas para isso, que não seja feita por quem tem o dever constitucional de fazê-la. Seria, nesse sentido, uma espécie de antecipação e compensação pela justiça que não acreditam que aconteça. E aqui me limito a analisar o fenômeno – e não a defendê-lo.

Quem é Thor, o filho de Eike Batista? Seu perfil é fascinante e quase obrigatório para compreender o Brasil atual. Basta procurar no Google para encontrar pelo menos uma matéria exemplar sobre sua vida, seus hábitos e seus pensamentos. Aqui, vou me deter apenas em quem é Thor como motorista. Em seu prontuário no Detran constam 51 pontos e 11 multas, parte delas causada por excesso de velocidade. Thor deveria ter perdido a carteira de habilitação por isso, mas não a perdeu. Se a tivesse perdido, como determina a lei, talvez não estivesse dirigindo na noite daquele sábado, e Wanderson possivelmente não estaria morto. Thor ama carros, velocidade e potência. Como declarou em uma entrevista anterior ao acidente, ele já teve um Aston Martin: "Trouxe de São Paulo e fiz 280 quilômetros por hora na Dutra".

Segundo o colunista Ancelmo Gois, do jornal O Globo, em 27 de maio de 2011, a bordo de um Audi placa EBX 0001, Thor atropelou um homem de 86 anos, também em uma bicicleta, na Barra da Tijuca, no Rio. Thor prestou socorro, e sua família pagou todas as despesas médicas. A vítima fraturou o acetábulo (parte da bacia onde a cabeça do fêmur se encaixa) e teve de colocar duas placas e cinco parafusos, além de se submeter à fisioterapia, à hidroterapia e a sessões com psicólogo para superar o trauma. Em entrevista à coluna de Ancelmo Gois, um dos filhos da vítima afirmou não ter registrado queixa nem pedido indenização: "Estávamos preocupados em salvar nosso pai, que também não queria confusão".

No dia seguinte à publicação, a vítima, José Griner, hoje com 87 anos, manifestou-se através de uma nota na qual afirma que nem ele nem Thor tiveram culpa: "Houve uma colisão que envolveu a lateral do carro dele e a roda dianteira da minha bicicleta". Disse mais: "Ele agiu com lisura e deu suporte à minha recuperação". Que tudo isso nos faz pensar na excelência do "gerenciamento de crise", faz. Mas o que podemos afirmar é que, em menos de um ano, Thor exibe uma estatística incomum como motorista: atropelou dois ciclistas. Um sobreviveu, o outro não.

Qual é o papel de um pai em um momento crucial como este? Não há resposta fácil para isso, mas há muitas perguntas que podem ser feitas. E essas perguntas são pertinentes porque a defesa imediata e veemente que Eike Batista fez publicamente do filho ilustram bem o que hoje se acredita ser o papel de um pai.

Um pai – ou um superpai – seria aquele que defende o filho contra tudo e contra todos, tenha ele ou não razão – e mesmo que ele já tenha 20 anos e seja moral e legalmente responsável por seus atos. Um pai – ou um superpai – afirma a inocência do filho e usa todos os recursos para convencer a opinião pública dela, mesmo que ele não possa garanti-la, já que ninguém ainda pode. Um pai – ou um superpai – usará todos os meios de que dispõe para impedir que o filho seja punido, mesmo se for provado que ele merece a punição.

Pelo comportamento público de Eike Batista, me parece que ele acredita com sinceridade que esta é a função de um bom pai – ou mesmo de um superpai, já que, pelo que tem demonstrado em sua trajetória de vida, ele não aceitaria nada menos do que ser um supertudo. No twitter, ele assim definiu seu desempenho: "Vou defender como um Leão! Tenho certeza que todo Pai que ama seu Filho faria o mesmo!". É interessante observar as palavras escolhidas por ele para colocar em maiúsculas.

O cotidiano mostra que Eike Batista está longe de estar sozinho em sua crença sobre a educação de um filho – e a postura de um pai. Tenho certeza de que muitos leitores aqui compartilham da visão de Eike sobre a paternidade e acham sua defesa e suas ações dignas dos maiores elogios – e fariam o mesmo pelos seus filhos se tivessem a infelicidade de se encontrar em situação semelhante. Esses mesmos leitores afirmariam que isso é prova de amor verdadeiro – que só um superpai pode dar.

Será?

Tenho dúvidas. E me arrisco a discordar não só como mãe, mas como cidadã que tem de conviver com os filhos desses pais em todas as esferas da sociedade. Já havia me surpreendido com a atitude da mãe do menino que, em fevereiro, atropelou e matou com um jet ski Grazielly Lames, de 3 anos, que construía castelos de areia na praia de Bertioga, no litoral paulista. Segundo o advogado da família, o adolescente de 13 anos correu para a casa em que estavam hospedados em busca de orientação da mãe. Em vez de voltar e prestar socorro, junto com o filho menor de idade, dando o exemplo do que uma pessoa decente deve fazer, a mãe preferiu fugir com o garoto. A tese da defesa é a de que o adolescente não dirigia o jet ski, "apenas" o ligara. Ou seja, o menino não teria nenhuma responsabilidade e, se tudo der certo do ponto de vista do que os pais desse menino entendem por dar certo, seu filho não será punido pelo fim da vida de uma criança.

Os casos guardam diferenças. Mas também semelhanças. Tanto para a mãe do adolescente do jet ski, quanto para o pai de Thor, a proteção de filhos que podem ser responsáveis pelo fim de uma vida parece ser uma preocupação acima de todas as outras. Ambos já decretaram previamente a inocência dos respectivos filhos antes que ela fosse provada. Pode ser que a inocência seja mesmo provada, em um ou em ambos os casos, mas nenhum deles poderia tê-la garantido antes de a investigação ser concluída.

Vivemos numa época em que se acredita que, ao dar limite para um filho, estamos comprometendo seu projeto de felicidade. E o que é entendido como felicidade? Ter tudo, ter gozo ilimitado. Qualquer imprevisto nesse percurso deve ser apagado, custe o que custar, para não virar trauma – e, assim, comprometer o futuro do filho, que deve passar pela vida sem ser marcado pela vida. Deve fazer marca na história, mas não ser marcado por ela. Neste cálculo, não são admitidos erros, covardias, irresponsabilidades, deslizes, excessos.... máculas.

Na biografia futura de Thor Batista, que, como seu pai já disse, espera-se que supere a sua em feitos, as máculas devem ser apagadas. Se existirem máculas, é necessário "ligar o dispositivo de administração de crise" – e eliminá-las da linha do tempo. Se alguém errou, foi sempre o outro. Para ter certeza disso não é preciso nem apurar os fatos: o filho de um superpai é automática e previamente inocente. E não acho que essa mentalidade pertence apenas aos mais ricos, apenas que eles têm recursos para garantir essa inocência – e os mais pobres, raramente.

É legítimo fazer algumas perguntas – que podem ser propostas tanto para Eike Batista como para nós mesmos. Se seu filho já atropelou uma pessoa, será que o melhor é emprestar a ele um dos carros mais velozes do mundo? Se seu filho tem 11 multas e 51 pontos na carteira de habilitação, será que você deveria permitir que ele dirigisse o seu carro, mesmo que o Detran não tenha cumprido seu dever e suspendido a licença? Se seu filho atropelou alguém e essa pessoa morreu, não seria o caso de silenciar até que os fatos fossem esclarecidos, ainda que fosse por respeito à enormidade do que é a morte de um ser humano? O que cada um de nós faria nessa situação? E por quê?

Acho que é uma situação muito dura para qualquer pai – ou mãe. É duro dizer a um filho que ele errou. Em qualquer escala – e muito mais em uma escala dessa envergadura. É duríssimo. Mas é necessário. Não é fácil ser pai ou mãe exatamente porque a educação se dá nas escolhas difíceis. Educar é, em grande parte, ensinar aos filhos que eles são responsáveis pelos seus atos, dos mais simples aos mais complexos – e devem responder por eles. Mesmo que tudo o que gostaríamos, como pais amorosos, fosse voltar no tempo e apagar o passado.

Penso que um pai ou uma mãe deve se colocar ao lado do filho não para absolvê-lo, mas para apoiá-lo enquanto ele assume as consequências dos seus atos. Você errou, vai responder por seus erros, e eu vou estar ao seu lado. Ou: não sabemos se você errou, então vamos aguardar a apuração dos fatos. Se for concluído que você não errou, ótimo, mas mesmo assim uma pessoa morreu e é preciso lidar com essa tragédia. Ou: se for concluído que você errou, você vai responder pelos seus erros como a lei determina e um cidadão decente deve fazer, e eu vou ajudá-lo a seguir em frente apesar e a partir disso, aprendendo com a tragédia e não a esquecendo.

A revolta da opinião pública levou a muitas ironias – entre elas, as com o nome de Thor, o deus nórdico do trovão. Eike Batista seria uma versão contemporânea de Odin, o pai de Thor na mitologia, já que em nossa época é o dinheiro que concede algo próximo a uma divindade terrena. Nesse sentido, é curioso lembrar que nas histórias em quadrinhos inspiradas na mitologia nórdica, Odin expulsou Thor de Asgard. Thor, então um jovem arrogante e impulsivo, em uma de suas aventuras adolescentes invadira o reino dos gigantes de gelo, rompendo o tratado selado por Odin. A honra do pai e sua autoridade entre os deuses dependiam de punir exemplarmente o filho, que com suas ações havia prejudicado a todos e comprometido a segurança de Asgard.

Thor foi enviado para a Terra – um exílio que significava punição e aprendizado. Ao expulsar Thor, Odin disse a ele: "Tu és o filho favorito de Odin! Além de valente e nobre, tua alma é imaculada! Mas ainda assim és incompleto! Não tens humildade! Para consegui-la deverás conhecer a fraqueza… sentir dor! E para isso necessitas deixar o Reino Dourado e despir-te de tua aparência divina! A Terra, lá aprenderás que ninguém pode ser verdadeiramente forte se, em realidade, não for humilde! Por um tempo não mais serás o Deus do Trovão! A tua memória também tirarei! Agora, vai! Uma nova vida te espera!". Thor transformou-se então em um mortal chamado Donald Blake, médico talentoso mas manco. Até que aprendesse o dom da humildade e estivesse apto a cumprir seu destino.

Por que vale a pena lembrar esse episódio? Porque este é o Thor de Stan Lee, o grande criador da Marvel Comics. E Stan Lee é um homem nascido em 1922, que criou o seu deus do trovão no início da década de 60. Ao tecer o enredo, Lee revela a mentalidade da sua época. E nos mostra como a paternidade – e o que se compreendia como amor e como obrigação de um pai – já foi diferente. Nos lembra, portanto, que a construção da paternidade é cultural. E, portanto, mutante.

Acredito valer a pena pensar sobre o que é ser pai hoje. E que tipo de consequências essa ideia de paternidade, tão bem ilustrada na relação de Eike Batista com seu Thor da vida real, acarreta para a sociedade como um todo. Este episódio nos leva a várias vertentes de reflexão – e uma das mais interessantes é a nossa relação com os limites na educação de um filho.

Tenho muito cuidado em tocar em assuntos que envolvem tanta dor. Acho que testemunhar a morte de um ser humano – sendo ou não responsável por ela – é uma experiência devastadora, que deixa marcas profundas, para além da punição legal. Mesmo atropelar um homem de 80 anos e machucá-lo deve ser terrível. Não sei como é estar na pele de Thor. Tentei descobrir pelo twitter como ele se sentia em sua humanidade.

Primeiro, percebi que Thor estava mais preocupado em garantir sua inocência, provar a culpa do morto e nos convencer da correção de seus atos, assegurando também o apoio material à família da vítima. Depois, na sexta-feira, 23/3, descobri que já tinha mudado de assunto. Thor estava dando a fãs no twitter o que chamou de "dica de endocrinologia do dia": "Eu recomendo o uso da cabergolina (Dostinex) para baixar a prolactina. Comece com 0,25 mg por semana, por 4 semanas, e dose no sangue", é um dos tuites. Na sexta-feira, copiei toda a página, como material de pesquisa para esta coluna. Pouco antes de publicá-la, voltei a entrar na sua conta de twitter e constatei que o post reproduzido acima havia sido apagado. Os demais permanecem lá.

Depois de prescrever uma receita que só um médico poderia, sugerindo inclusive a dose, para seus milhares de seguidores, imagino que alguém o tenha alertado que a postagem era irresponsável e indevida. Thor então escreveu: "Meus comentários sobre endocrinologia são inúteis. Não sou médico, não posso recomendar nada. Apenas gosto de botar para fora conhecimento".

Em todo o episódio – trágico de várias maneiras, e de algumas outras que ainda vamos testemunhar – me chamou a atenção – positivamente – o silêncio de Luma de Oliveira, a mãe de Thor. Justamente ela, a celebridade, a ex-modelo, a musa do Carnaval, aquela que tudo expôs de si mesma. Procurada por repórteres, Luma pouco falou. Disse ao jornal O Globo, na sexta-feira 23/3: "Este não é o momento de dar entrevista. É o momento de sentimentos, de solidariedade". Posso estar sendo ingênua, e a sobriedade de Luma seja apenas mais um cálculo, mas penso que a mãe de Thor estava sendo sincera.

Thor afirmou no twitter: "A frase que mais admiro é 'The truth sets you free'. Author: Jesus". Imagino que a original tenha sido pronunciada em aramaico, mas a tradução da frase postada por Thor seria: "A verdade vos liberta". É possível. Mas talvez pai e filho um dia descubram, ainda que em seus pesadelos noturnos, naqueles que não se pode controlar mesmo sendo um superpai ou um superfilho, que a verdade é uma criatura complexa e que pode levar a territórios imprevisíveis. Ela pode libertar, sim – mas dificilmente sem dor. E dificilmente sem um profundo e corajoso olhar para dentro.

http://revistaepoca.globo.com/Sociedade/eliane-brum/noticia/2012/03/eike-batista-um-superpai.html
(Eliane Brum escreve às segundas-feiras.)

sábado, 24 de março de 2012

mensagem 230312 - porque eu creio

eu creio em deus e na sua palavra que diz:

"Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao SENHOR, escolhei hoje a quem sirvais: se os deuses a quem serviram vossos pais, que estavam dalém do rio, ou os deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao SENHOR." (Js 24:15)

e quando o senhor me diz isso, ele me diz que tudo aquilo que estiver sob a minha tenda, inclusive meus escravos, fazem parte da minha casa, e que mesmo que eles não queiram, eu estou intercedendo por eles, e ao interceder por eles, ele, o deus a quem sirvo, por amor ao nome dele, me promete reunir a todos, inclusive àqueles que estão dispersos pelos quatro cantos do mundo, e que, a vontade do pai será feita.

"E respondeu e me falou, dizendo: Esta é a palavra do SENHOR a Zorobabel, dizendo: Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o SENHOR dos Exércitos." (Zc 4:6)

e a promessa é a de que:

"Por mim mesmo tenho jurado; saiu da minha boca a palavra de justiça e não tornará atrás: que diante de mim se dobrará todo joelho, e por mim jurará toda língua." (Is 45:23)

e crendo e confiando na santa palavra e sabendo que deus me colocou por atalaia sobre a casa de israel e que sou intercessor de uma grande nação e sei que deus me ouve porque conheço ele de perto e porque sei que ele além de me ouvir, tem prazer em fazer cumprir em minha vida todas as suas promessas, porque sou fiel a ele.
assim eu sei que ele cumprirá a sua palavra que diz:

"Tudo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora." (Jo 6:37)
"Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele, comigo." (Ap 3:20)

dessa forma, tenho minhas dúvidas que deus deixe extraviar-se uma vida, qualquer que seja, que tenha semeado na terra amor, piedade e compaixão, uma vida que tenha lutado para defender os fracos e oprimidos pela lei, pela discriminação, pelos complexos.
por isso creio sim, que deus é fiel e que, quase sem chance de errar, ele sempre salvará uma alma por quem estejamos intercedendo em nome de nosso senhor e salvador jesus cristo de nazaré.
portanto a você que chora pelos teus, lembre-se, deus é fiel e cumprirá sim em tua vida a promessa que ele tem em tua vida.
e ainda que tenhas que passar por afrontas, certamente por muitas passarás, lembra-te do que sucedeu a davi, e que isso nos sirva de exemplo para que tomemos a correta atitude ante o fato.

"E, chegando o rei Davi a Baurim, eis que dali saiu um homem da linhagem da casa de Saul, cujo nome era Simei, filho de Gera; e, saindo, ia amaldiçoando.
E apedrejava com pedras a Davi e a todos os servos do rei Davi, ainda que todo o povo e todos os valentes iam à sua direita e à sua esquerda.
E, amaldiçoando-o Simei, assim dizia: Sai, sai, homem de sangue e homem de Belial!
O SENHOR te deu agora a paga de todo o sangue da casa Saul, em cujo lugar tens reinado; já deu o SENHOR o reino na mão de Absalão, teu filho; e eis-te agora na tua desgraça, porque és um homem de sangue.
Então, disse Abisai, filho de Zeruia, ao rei: Por que amaldiçoaria este cão morto ao rei, meu senhor? Deixa-me passar, e lhe tirarei a cabeça.
Disse, porém, o rei: Que tenho eu convosco, filhos de Zeruia? Ora, deixai-o amaldiçoar, pois, se o SENHOR lhe disse: Amaldiçoa a Davi, quem, pois, diria: Por que assim fizeste?
Disse mais Davi a Abisai e a todos os seus servos: Eis que meu filho, que descendeu de mim, procura a minha morte, quanto mais ainda este filho de Benjamim? Deixai-o; que amaldiçoe, porque o SENHOR lho disse.
Porventura, o SENHOR olhará para a minha miséria e o SENHOR me pagará com bem na sua maldição deste dia." (2 Sm 16:5-12)

e você com toda a certeza bradará como jó:

"Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra." (Jó 19:25)

enquanto isso saiba que aqui estou, na brecha, intercedendo por ti a mando de deus pai, que é eterno, poderoso e misericordioso, que levanta a seus servos para interceder por escolhidos e por não escolhidos.

"Eis que recebi mandado de abençoar; pois ele tem abençoado, e eu não o posso revogar." (Nm 23:20)
"O SENHOR te abençoe e te guarde;
o SENHOR faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti;
o SENHOR sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz." (Nm 6:24-26)
(ap. dr. ely silmar vidal - apóstolo - psicanalista - juiz arbitral - perito judicial e delegado de defesa dos direitos humanos)
mas nenhuma destas funções tem mais valor que o fato de eu ser um servo do deus altíssimo e portanto a serviço dele nesta terra.
caso o irmão ou irmã necessitem de algo, por favor procurem-me e buscarei junto ao senhor em oração, um meio de poder ajudá-los em nome e para honra do deus pai, deus filho e deus espírito santo... amém e amém!
contatos:
msn: pastorelyvidal@hotmail.com
skype: siscompar
google-talk: vidal.ely@gmail.com
fones: 41-3338-6234 - 41-9820-9599 (tim) - 41-9821-2381 (claro) - 41-9109-8374 (vivo) - (mensagem 230312 - porque eu creio)

Que o Espírito Santo do Senhor nos oriente a todos para que possamos iluminar um pouquinho mais o caminho de nossos irmãos, por isso contamos contigo.

Se esta mensagem te foi útil, e achas que poderá ser útil a mais alguém, ajude-nos:

(ficaremos muito gratos que, ao replicar o e-mail, seja preservada a fonte)

leia este texto completo e outros em:
http://www.elyvidal.com.br

mensagem 230312 - caso thor versus ciclista imprudente

sobre o caso do thor batista - filho do eike batista versus ciclista imprudente

isto é brasil, e o poderoso papai contrata o márcio thomaz bastos para atuar na defesa do filho, isso beira o escândalo.
com toda a certeza o márcio (aquele) thomaz bastos, não se prestaria a isso se fosse um filho dele que estivesse enterrado.
aguardem e verão que o ciclista morto deverá aparecer como drogado, alcoolizado e qualquer outro "ado" necessário para inocentar o poderoso thor.
querido eike, ninguém quer incriminar teu filho, deixe apenas que ele cumpra seu papel social.
não lhe dê carros, dê-lhe a condição de responder por seus atos.
qual poderá ser a próxima trapalhada?
sei que o dinheiro e a tua amizade apagam todos os traumas, sei disso, mas sei também que o dinheiro e a tua amizade não consertarão os desvios provocados.
entenda eike, a culpa não é de thor, a culpa é tua que o colocou em uma redoma.
não que eu o ache incapaz de assumir seus próprios atos, pelo contrário, eu sei que ele tem capacidade sim, afinal de contas com teu dinheiro, ele com toda a certeza teve sim boa instrução (o que não quer dizer boa educação).
assumir as responsabilidades pelos seus atos é um princípio básico de ética, moral e respeito pela ordem vigente.
quanto a ter 50 pontos na carteira e estar dirigindo, tanto eu (que sou ignorante) quanto você, sabemos que é irregular.
puxa vida eike, você poderia ter contratado centenas de bons pilotos para servir de "babá" (motorista) do thor... creio que até o coitado do barrichello mereceria um empreguinho desses.
tenho orado sim por ti e por tua família, porque bem vejo quanto mal o dinheiro fez e ainda fará em tua vida amigo.
que deus os abençoe e perdoe hoje e sempre! - (apóstolo ely silmar vidal - fones: 41-3338-6234 - (claro) 41-9821-2381 - (tim) 41-9820-9599 - (vivo) 41-9109-8374 - mensagem 230312 - caso thor versus ciclista imprudente)

quinta-feira, 22 de março de 2012

Qual é a responsabilidade da igreja com relação ao Estado? - (recebido por e-mail em 220312)

Qual é a responsabilidade da igreja com relação ao Estado?

Que relação Bonhoeffer consideraria correta entre a igreja e o estado?

Bonhoeffer via que o estado estava tentando invadir nos limites da igreja. Ele pôde dizer: "Espere um segundo, nós temos que nos afirmar. Temos que ser a igreja." Você sempre fala a verdade em amor...
Se a igreja estiver sendo a igreja, ela será naturalmente sensível a essas invasões e entenderá que  temos que ser corajosos para existir. Mas é muito fácil a igreja não ser a igreja. ..ou só ser a igreja apenas no nome. [Porque], sendo a igreja, você bate automaticamente de frente contra o mundo e o estado - e você tem que recuar. Saber recuar, como um cristão... é uma coisa complicada.

Quando, para Bonhoeffer, um governo com o qual se deve ser cauteloso' se torna 'um governo contra o qual deve-se se opor?'

[Bonhoeffer] diz que a igreja tem três funções. Primeiro, desafiar o governo a ser o governo. Em outras palavra, cumprir a idéia de Deus de "o que o estado é?" Segundo, quando o estado está dando errado, abusando de seu poder, a igreja deve se levantar contra ele... de um modo prestativo. Devemos exibir um amor firme. "Estamos aqui para ajudar você a ser um bom estado. Mas quando der errado, vamos mostrar." Terceiro, se o estado não está se comportando adequadamente -  se está oprimindo um certo grupo, por exemplo - então, a igreja tem que se levantar e dizer: "Nós vamos ajudar essas vítimas." Mesmo se "essas vítimas" não forem cristãos ou membros da igreja, é nosso trabalho ajudá-los. Bonhoeffer diz que isso é que é o amor agape é: amar os que são desagradáveis... os que são diferentes. Defender.
Por último, Bonhoeffer disse que, se o estado estiver vitimando as pessoas [como os judeus da época dele], não é suficiente para nós tratarmos das feridas das vítimas. A igreja tem que tentar, de fato, parar o estado de perpetrar  qualquer mal que ele esteja perpetrando. Bonhoeffer sentiu que ser um cristão durante o Terceiro Reich, no fim, era se opor  diretamente ao estado - não se opor à nação da Alemanha mas a esse falso estado, essa tirania, que realmente era a anti-Alemanha. Essa é uma diferença muito dramática de onde estamos hoje em uma cultura. Mas é instrutivo.

 Hoje, muitos pastores insistem que política não tem lugar no púlpito. O que diria Bonhoeffer?

Sem dúvida, há uma tentação de transformar a política num ídolo. Ao mesmo tempo, por outro lado, há a tentação de transformar em ídolo uma devoção pessoal que não se compromete com o mundo. Ambos são falsificações para Deus. Evitar completamente a política é dizer ao que está por nascer, ao escravo, a qualquer pessoa que é uma vítima: "Sabe o que? Nós realmente não nos preocupamos tanto assim com você . Nós nos preocupamos com nossa própria devoção pessoal e Deus toma conta de você." Como se Deus não estivesse requerendo nada de mim.
A fé cristã é uma fé ativa. É completamente diferente deste tipo de  religiosidade de "jogar na defesa". Se você está baseado no medo, você não está adorando a Jesus. Nós precisamos que a igreja de Jesus seja a igreja de Jesus, Bonhoeffer disse. Se a igreja for a igreja, os portões do inferno não prevalecerão contra ela. Mas se  estamos só brincando de religião... então nós falharemos.

 *Dietrich Bonhoeffer escreveu o clássico O Custo Do Discipulado. Em 1945, ele foi executado em um campo de prisioneiros alemão por sua oposição ao Terceiro Reich. - (recebido por e-mail em 220312)

Que o Espírito Santo do Senhor nos oriente a todos para que possamos iluminar um pouquinho mais o caminho de nossos irmãos, por isso contamos contigo.

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(ficaremos muito gratos que, ao replicar o e-mail, seja preservada a fonte)

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terça-feira, 20 de março de 2012

Triste história de um Professor

Triste história de um Professor - Porto Alegre (RS), 16 de julho de 2011 - Caro Juremir (CORREIO DO POVO/POA/RS)

Meu nome é Maurício Girardi. Sou Físico. Pela manhã sou vice-diretor no Colégio Estadual Piratini, em Porto Alegre, onde à noite leciono a disciplina de Física para os três anos do Ensino Médio.
Pois bem, olha só o que me aconteceu:
estou eu dando aula para uma turma de segundo ano. Era 21/06/11 e, talvez, "pela entrada do inverno", resolveu também ir à aula uma daquelas "alunas-turistas" que aparecem vez por outra para  "fazer uma social".
Para rever os conhecidos.
Por três vezes tive que pedir licença para a mocinha para poder explicar o conteúdo que abordávamos.
Parece que estão fazendo um favor em nos permitir um espaço de fala.
Eis que após insistentes pedidos, estando eu no meio de uma explicação que necessitava de bastante atenção de todos, toca o celular da aluna, interrompendo todo um processo de desenvolvimento de uma ideia e prejudicando o andamento da aula.
Mudei o tom do pedido e aconselhei aquela menina que, se o objetivo dela não era o de estudar, então que procurasse outro local, que fizesse um curso à distância ou coisa do  gênero, pois ali naquela sala estavam pessoas que queriam aprender, e que o Colégio é um local aonde se vai para estudar.
Então, a "estudante" quis argumentar, quando falei que não discutiria mais com ela.
Neste momento tocou o sinal e fui para a troca de turma.
A menina resolveu ir embora e desceu as escadas chorando por ter sido repreendida na frente de colegas.
De casa, sua mãe ligou para a escola e falou com o vice-diretor da noite, relatando que tinha conhecidos influentes em Porto Alegre e que aquilo não iria ficar assim.
Em nenhum momento procurou escutar a minha versão, nem mesmo para dizer, se fosse o caso, que minha postura teria sido errada.
Tampouco procurou a diretoria da escola.
Qual o passo dado pela mãe?
Polícia Civil!...
Isso mesmo!...
Tive que comparecer no dia 13/07/11, na  8.ª (oitava Delegacia de Polícia de Porto Alegre) para prestar esclarecimentos por ter constrangido ("?") uma adolescente (17 anos), que muito pouco frequenta as aulas, e quando o faz, é para importunar, atrapalhar seus colegas e professores.
A que ponto chegamos?
Isso é um desabafo!...
Tenho 39 anos e resolvi ser professor porque sempre gostei de ensinar, de ver alguém se apropriar do conhecimento e crescer.
Mas te confesso, está cada vez mais difícil.
Sinceramente, acho que é mais um professor que o Estado perde.
Tenho outras opções no mercado.
Em situações como essa, enxergamos a nossa fragilidade frente ao sistema.
Como leitor da tua coluna, e sabendo que abordas com frequência temas relacionados à educação, te peço, encarecidamente, que dediques umas linhas a respeito da violência que é perpetrada contra os professores neste país.
 
 Fica cristalina a visão de que, neste país:
 Ø NÃO PRECISAMOS DE PROFESSORES
 Ø NÃO PRECISAMOS DE EDUCAÇÃO
 Ø AFINAL, PARA QUE SER UM PAÍS DE 1° MUNDO, SE ESTÁ BOM ASSIM?
 
 Alguns exemplos atuais:
 · Ronaldinho Gaúcho: R$ 1.400.000,00 por mês. Homenageado pela "Academia Brasileira de Letras"...
 · Tiririca: R$ 36.000,00 por mês. Membro da "Comissão de Educação e Cultura do Congresso"...

TRADUZINDO: SÓ O SALÁRIO DO PALHAÇO, PAGA 30 PROFESSORES. PARA AQUELES QUE ACHAM QUE EDUCAÇÃO NÃO É IMPORTANTE: CONTRATE O TIRIRICA PARA DAR AULAS PARA SEU FILHO.

Um funcionário da empresa Sadia (nada contra) ganha hoje o mesmo salário de um "ACT" ou um professor iniciante, levando em consideração que, para trabalhar na empresa você precisa ter só o fundamental, ou seja, de que adianta estudar, fazer pós e mestrado?

Piso Nacional dos professores: R$ 1.187,00… Moral da história: Os professores ganham pouco, porque "só servem para nos ensinar coisas inúteis" como: ler, escrever, pensar,formar cidadãos produtivos, etc., etc., etc....
 
 SUGESTÃO: Mudar a grade curricular das escolas, que passariam a ter as seguintes matérias:
 Ø Educação Física: Futebol;
 Ø Música: Sertaneja, Pagode, Axé;
 Ø História: Grandes Personagens da Corrupção Brasileira; Biografia dos Heróis do Big Brother;
 
 Evolução do Pensamento das "Celebridades"
 Ø História da Arte: De  Carla Perez  a  Faustão;
 Ø Matemática: Multiplicação fraudulenta do dinheiro de campanha;
 Ø Cálculo: Percentual de  Comissões e Propinas;
 Ø Português e Literatura: ?... Para quê ?...
 Ø Biologia, Física e Química: Excluídas por excesso de complexidade.

 Está bom assim?...
 eu quero mais!...
 
 ESSE É O NOSSO BRASIL ...
 Vejam o absurdo dos salários no Rio de Janeiro (o que não é diferente do resto do Brasil)
 Ø BOPE - R$ 2.260,00....................... para  ........ Arriscar a vida;
 Ø Bombeiro - R$ 960,00.....................para  ........  Salvar vidas;
 Ø Professor - R$ 728,00.....................para  ........  Preparar para a vida;
 Ø Médico - R$ 1.260,00......................para  ........  Manter a vida;
 
 E o Deputado Federal?.....
R$ 26.700,00 (fora as mordomias, gratificações, viagens internacionais, etc., etc., etc., para FERRAR com a vida de todo mundo, encher o bolso de dinheiro e ainda gratificar os seus "bajuladores" apaniguados naquela manobrinha conhecida do "por fora vazenildo"!).

 IMPORTANTE:
Faça parte dessa "corrente patriótica" um instrumento de conscientização e de sensibilização dos nossos representantes eleitos para as Câmaras Municipais, Assembleias Estaduais e Congresso Nacional e, principalmente, para despertar desse "sono egoísta" as autoridades que governam este nosso maravilhoso país, pois eles estão inertes, confortavelmente sentados em suas "fofas" poltronas, de seus luxuosos gabinetes climatizados, nem aí para esse povo brasileiro.
Acorda Brasília, acorda Brasil ! As eleições estão chegando e só no voto podemos fazer alguma coisa boa.
Escolha bem...